20.9.05

O ateu

Um ateu estava passeando em um bosque, admirando tudo o que aquele "acidente da evolução" havia criado:
- Mas que árvores majestosas! Que poderosos rios! Que belos animais!
Lá ia ele dizendo consigo próprio. À medida que caminhava, ao longo do rio, ouvia um ruído nos arbustos atrás de si. Ele virou-se para olhar. Foi então que viu um corpulento urso-pardo caminhando na sua direção. Ele disparou a correr o mais rápido que podia. Olhou, por cima do ombro, e reparou que o urso estava demasiado próximo. Ele aumentou mais a velocidade. Era tanto o seu medo que lágrimas lhe vieram aos olhos. Olhou, de novo, por cima do ombro, e, desta vez, o urso estava mais perto ainda. O seu coração batia freneticamente. Tentou imprimir maior velocidade. Foi, então, que tropeçou e caiu desamparado. Rolou no chão rapidamente e tentou levantar-se. Só que o urso já estava em cima dele, procurando pegá-lo com a sua forte pata esquerda e, com a outra pata, tentando agredi-lo ferozmente. Nesse preciso momento, o ateu clamou:
- Oh meu Deus!
O tempo parou. O urso ficou sem reação. O bosque mergulhou em silêncio. Até o rio parou de correr. À medida que uma luz clara brilhava, uma voz vinda do céu dizia:
- "Tu negaste a minha existência durante todos estes anos, ensinaste a outros que eu não existia, e reduziste a criação a um acidente cósmico. Esperas que eu te ajude a sair desse apuro? Devo eu esperar que tenhas fé em mim?"
O ateu olhou diretamente para a luz e disse:
- Seria hipocrisia da minha parte pedir que, de repente, me passes a tratar como um cristão, mas, talvez, possas tornar o urso um cristão?!
- "Muito bem!" - disse a voz.
E a luz foi embora. O rio voltou a correr. E os sons da floresta voltaram. E, então, o urso recolheu as patas, fez uma pausa, abaixou a cabeça e falou:
- Senhor, abençoe este alimento que agora vou comer. Amém.

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