Transcrevo o que acabei de postar na Mito e Magia (www.mitoemagia.com.br):
Confirmando o que já imaginávamos que aconteceria, eis que o cardeal de ferro, Joseph Ratzinger, ex-membro da juventude hitlerista e há 23 anos prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé (leia-se Santa Inquisição), foi eleito papa. Não é de se admirar, uma vez que, ao longo dos anos de doença de João Paulo II, foi Ratzinger quem efetivamente governou a Igreja. Foi ele, igualmente, o responsável pela virtual extinção da Teologia da Libertação e pelo silêncio imposto a nomes como Frei Betto, Leonardo Boff e Dom Arns.
Compreensivelmente, as alas ultra-conservadoras da Igreja estão exultantes. No site da Associação Monfort, presidida por um (pasmem!) doutor em História, o prof. Orlando Fedeli, pode-se ler hoje o seguinte trecho:
"Viva Sua santidade Bento XVI !!! Que alegria! Para desgosto dos 'vaticanistas de padaria', que dão aulas em puques (sic), ou que são locutores em rádios de poucas letras... Estes últimos, sem conhecer nada de Teologia ou de História da Igreja, exigiam um Papa aberto ao casamento dos padres, ao divórcio, ao uso de células tronco embrionárias, ao casamento gay, etc. Chegaram a falar até na eleição de Cardeais da Indonésia ou de Honduras. Torciam por Martini ou por Tettamanzi. Ou por qualquer outro. Contanto que não fosse o Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, o alemão Joseph Ratzinger, o homem que assinou a Dominus Jesus e que condenou a Teologia da Libertação."
Ou ainda:
"Sua Santidade Bento XVI acabará com esses abusos, se Deus quiser. Por isso chiam os bofes da esquerda modernista. Ratzinger escrevera várias vezes contra a anarquia litúrgica atual, e defendeu expressamente que o altar deveria ser voltado para leste, e o sacerdote devia retornar à posição correta, de frente para Deus, e não para o povo, pois a Missa é dirigida a Deus, e não ao homem. Conseguirá Bento XVII fazer isso logo? Ele terá que enfrentar graves resistências... Mas há limites para o mal!"
Chega a nos dar um certo mal-estar esse tipo de defesa do radicalismo, do preconceito e do retrocesso. Levando em consideração a importância da Igreja Católica, não apenas no nosso país mas em todo o mundo, como elemento congregador de massas, essa guinada cada vez mais acentuada em direção à Idade Média chega a ser assustadora.
Abraços!
Jan Duarte
27.4.05
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